Chanel Day: Vamos falar da estreia do Matthieu Blazy
Como o ser-se viral não faz parte da génese do The Fashion Standup, foi uma escolha consciente falarmos da estreia de Matthieu Blazy 20 dias depois.
Será mesmo um elemento totalmente novo a introdução do vermelho numa coleção da Chanel? Terá Blazy inspirado-se mais em Karl Lagerfeld ou em Coco Chanel?
Podemos imaginar Matthieu a espreitar pelas fechaduras das salas mais secretas do número 31 da Rue Cambon, de forma idêntica a como os convidados para o desfile olhavam para o caleidoscópio no pendente em forma de casa do colar que servia de convite.
Colagens, estudo de livros, contraste de diversos artigos e opiniões, de Paris à galáxia, da Vogue Business a diversos Substack, da minha biblioteca e da minha mente, por vezes caótica, à tua caixa de email.
O casaco vermelho
O processo de criação deste conteúdo, digamos assim, foi um bocadinho diferente dos outros. Ainda que não tenha sido a primeira vez que trabalhei com pesquisa de imagens e só depois ler e pesquisar por entre palavras.
Estudei ao pormenor diversas imagens de looks e de detalhes, tendo inclusivamente feito esboços digitais de algumas delas. Até que me lembrei vivamente daquele casaco vermelho...
Aquele casaco vermelho puro, perfeito, da autoria da própria Gabrielle Chanel, que eu tive a menos de um metro de mim no Museu Thyssen de Madrid.
E aí percebi! O Matthieu Blazy tinha-se inspirado na primeira fase da carreira de Coco.
Duas fases, duas estrelas
“Oh Vera, primeira fase da carreira de Coco Chanel, como assim?”
Ora, a carreira de Chanel divide-se, primordialmente, em duas fases que se separam pela Segunda Guerra Mundial, quando Chanel fecha a sua Maison em 1939 e que reabriria a 5 de fevereiro de 1954.
Para mim estava evidente: se Lagerfeld se inspirara, maioritariamente, no legado de Chanel de 1954 em diante, Blazy movia-se em torno de outra estrela - a de 1908 (ano em que Coco conhece Boy) a 1939.
Mas não poderia somente “achar”, precisava de provas. Por isso, voltei a mergulhar nos livros, especialmente no “A Era Chanel” (Edmonde Charles-Roux, 2007).
(Junta-te aos leitores que querem análise verdadeira, não hot takes. Descobre mais sobre as mãos de Chanel e a visão de Matthieu.)
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