Ode aos designers de Moda independentes

Ode aos designers de Moda independentes
Bastidores do desfile de Filipe Faísca, Outono/ Inverno 2017, ModaLisboa Boundless Foto : Tomás Monteiro (2017). Sara Santos, vencedora do Sangue Novo da ModaLisboa The Timers, durante o seu mestrado na Domus Academy em Milão (prémio ModaLisboa para melhor colecção).Fonte: Arquivo ModaLisboa (2016).

É incontestável que os maestros das propostas que são apresentados nos desfiles de Moda são os designers. Na sociedade actual, da qual não se exclui a realidade portuguesa, a Associação ModaLisboa ou os designers que integram o calendário da Lisboa Fashion Week, são categorizados como Designers de Moda Independentes. Aos quais Aako e Niinimäki (in Fashion Practice, 2018, p.358) se referem assim:

"Designers de Moda independentes representam um novo tipo de empreendedores para os quais gerir um negócio não é, primordialmente, uma forma de fazer dinheiro e progredir socialmente, mas sim, um meio para alcançar um estilo de vida que lhe permita realizar o sonho da criação da própria marca.”

Os designers independentes são caracterizados por vários autores como criativos que comprometem a sua estabilidade financeira em prol da criação daquilo que é a sua visão para a Moda, e como já vimos a ModaLisboa possibilita esta criatividade sem preocupações empresarias, enquanto os jovens designers se descobrem como pessoas e profissionais.

Ainda que a Moda seja considerada uma indústria criativa, é acima de tudo um negócio, um negócio de biliões de euros à escala mundial.

Imagem de ambiente das Fast Talks da ModaLisboa Core. Fonte. autora (2023).

Sendo desta forma vastamente discutida a alegada falta de conhecimentos empresarias de muitos designers independentes, um problema de fundo e de base – uma vez que falta esta componente nos planos de estudos, e não só em Portugal, como até na referência do ensino de Moda – a Central Saint Martins, onde ainda que existam cursos de Verão dedicados a Fashion Business, esta temática continua a estar omissa do plano de estudos da licenciatura em Design de Moda.

No que respeita à realidade portuguesa, desde 2012, com o início do projecto Fast Talks, à qual se seguiram muitas outras iniciativas, a ModaLisboa começa o seu percurso na Educação para a Moda, outros acontecimentos irão mimetizar tal resposta.

E, ainda que, tais eventos integrados na Lisboa Fashion Week, tenham sido sempre abertos ao público, a adesão de estudantes/designers aspirantes, sempre foi mais notória em relação aos desfiles.

Apesar de o objectivo deste capítulo ser o de enquadrar teoricamente este tema, ficam perguntas por responder, e se não existem, provavelmente não seria pertinente propor uma investigação:

Como se poderá despertar a consciencialização dos futuros designers de Moda para que tenham uma visão mais panorâmica da Moda?

Processo criativo de Ricardo Andrez. Fonte: Arquivo ModaLisboa (2016).

De que forma pode a Academia, no âmbito, do ensino do Design Moda, para além de leccionar no sentido da execução projectual, dar aos aspirantes a designers de Moda, uma percepção da Moda, mais abrangente e, principalmente, focada na vertente empresarial e de negócio da Moda?

Tal questão é apontada por Thibaud Guyonnet (em entrevista a Natassa Stamouli, 2023) o fundador e director criativo da concept store Voostore, sendo mais concreta, aponta que uma das principais falhas dos jovens designers quando se apresentam aos retalhistas e, ao mercado em geral, apresentam as suas peças , sem mencionar preços. Muitas vezes, não sabendo calcular preços das suas peças e atribuir valor monetário ao seu trabalho.

Como se poderá angariar apoio financeiro e construir logística para ajudar os designers estabelecidos a incrementar as suas valências empresariais?


Estabeleçamos um comparativo entre Nuno Baltazar e Marta Gonçalves, é possivel inferir, com a ajuda dos autores Aakko e Niinimäk (in Fashion Practice, 2018,  que os dois criadores poderão ser considerados aquilo que os autores apelidam de “designers-empreendedores de Moda”, caracterização a que se referem do seguinte modo:

“Os designers- empreendedores de Moda não são um único todos eles, existem muitas formas de o fazer e gerir o negócio.”

Portanto, sendo que, os dois exemplos dados são representativos de duas posturas diferentes de ‘designers-empreendedores’, posturas essas que como já vimos não são exclusivas nem de um designer nem de outro. Os autores referem o sonho como um dos grandes impulsionadores. E ainda que, este utópico elemento possa ser agregador, em muitos casos, o encarar da realidade é um factor diferenciador.

Detalhe da colecção da marca Cravo Studios apresentada na ModaLisboa Metaphysical. Foto: Georgina Abreu (2022).Processo Criativo de Luís Carvalho. Foto: Arquivo ModaLisboa (2016). 

Quando, ao longo da última década, ouvimos depoimentos de designers de Moda, que actualmente se encontram acima, em traços gerais dos 35 anos. Poderíamos dizer que começaram as suas carreiras na década de 90, mas tal afirmação excluiria, por exemplo, Luís Carvalho.

Muitos falam da falta de investimento privado às suas marcas. Mas o investimento, externo ao designer, à sua marca homónima, acarreta hipotéticos problemas.

A autora de The Fundamentals of Fashion Management (2018), Susan Dilon junta-se aos supra mencionados autores do estudo ‘Fashion Designers as Entrepreneurs: Challenges and Advantages of Micro-size Companies (2018) no levantamento de tais questões intimamente ligadas à liberdade.

Liberdade criativa, mas também na decisão do próprio estilo de vida do ‘designer-empreendedor’ e de quem o rodeia. Segundo os autores estas métricas de bem-estar, liberdade criativa, comunidade e sustentabilidade são mais definidoras de sucesso, para muitos designers independentes, do que o bem-estar financeiro.

Processo criativo de Constança Entrudo. Fonte: Constança Entrudo © (2023). Imagem no âmbito da plataforma Workstation da ModaLisboa Vision. Foto: Anna Balecho (2014).

Quando se fala em sustentabilidade, não falamos somente em sustentabilidade ambiental, e tal é reiterado pelas diversas fontes consultadas para a redação da presente dissertação, falamos de sustentabilidade financeira e de bem-estar humano.

Portanto a partir do momento em que existe um investidor numa empresa, independentemente da percentagem das contrapartidas que são dadas ao investidor, a possibilidade de assegurar o bem-estar e a valorização da equipa de um designer independente deixa de estar nas mãos do próprio criativo. Assim como, a sustentabilidade financeira poderá ficar comprometida pelo retorno de investimento.

Esta necessidade de retorno, poderá comprometer outras áreas da marca, mais relacionadas com o processo de design.

Tais considerações e relações conceptuais são estabelecidas a partir de aprendizagens adquiridas em formações anteriores da investigadora, cujo o material pedagógico de apoio poderá ser considerado no âmbito da bibliografia.

Importa ainda relembrar, outro dos perigos da presença de investidores nas marcas de designers independentes, a perda de direitos legais e empresariais ao uso do próprio nome, tal como aconteceu com Ana Salazar.

Bastidores do desfile de Arndes na ModaLisboa à la Carte. Foto: Catarina Eduardo (2023). ModaLisboa Awake (André Cabral, 2020).

Na continuidade da revisão do trabalho de Dilon (2018, p.141), a seguinte citação e a sua explicitação, servirá de ponto de partida para uma contemplação mais aprofundada sobre a repercussão que a acção da Associação ModaLisboa tem, numa parte preponderante do sistema de Moda português — os designers independentes ou ‘designers-empreendedores’ e respectivas marcas:

“Designers ao organizarem desfiles apercebem-se dos seus elevados custos e de como exige dispender bastante tempo, havendo uma enorme quantidade de trabalho envolvida. Não sendo, portanto, tarefa para uma só pessoa, razão pela qual muitos designers contratam uma equipa, para por meio de trabalho colaborativo, alcançarem melhores resultados.”

Portanto, caso se refira à plataforma principal e à plataforma LAB da ModaLisboa. A cargo da referida organização sem fins lucrativos, ficam os seguintes custos inerentes a um desfile: instalação da arquitectura temporária, instalação cenográfica, bancadas/ cadeiras para os convidados, equipamento de luz e som e respectivos profissionais; assistentes de produção para coordenação dos voluntários que recebem os convidados, que ajudam na organização da sala de desfiles ou que trabalham como aderecistas de backstage; contratação de manequins, direcção de casting; maquilhadores; segurança e limpeza… e a lista poderia eventualmente continuar. Custos esses que são suportados por meio de patrocínios, parcerias e permutas.

Mas o que importa salientar não é só a poupança orçamental que a Lisboa Fashion Week proporciona às micro-empresas dos ‘designers- empreendedores’ de Moda. Como foi referido, em diversos artigos de imprensa, num espectro temporal alargado, por vários criadores de Moda — sem a existência da ModaLisboa, que mais tarde com os desdobramentos em diversas iniciativas para promoção da Moda portuguesa assumiria a denominação de ‘fashion week’, não conseguiriam realizar desfiles para promover as próprias marcas.

Registo da consulta de arquivos nos escritórios da Associação ModaLisboa. Fonte: autora (2023). A autora a consultar arquivos nos escritórios da Associação ModaLisboa. Foto: Manuela Oliveira (2023).

Para compreender na sua abrangência e com maior clareza o presente, é necessário compreender e conhecer a história e as estórias que nos trouxeram até aqui. Daí a necessidade e a escolha metodológica da consulta de arquivos referentes ao fenómeno em estudo.

Assim importa perceber, mais do que promotora da Moda e casa para muitos designers , como a ModaLisboa foi definidora da aceitação da Moda como actividade profissional e com indústria criativa de grande importância para a sociedade portuguesa.

Para explicitar melhor a questão que se pretende abordar faremos um pouco de auto-etnografia: os porquês e razões para a escolha do tema sobre o qual dissertar, têm raízes muito pessoais para a mestranda, não só neste papel de investigadora.

Quando ao longo do tempo, pessoas fora da área da Moda e bastante afastadas do seu entorno argumentam com falta de reflexão a sua forte convicção da falta de futuro da Moda em Portugal ou a pequena expressão da mesma relativamente a outros panoramas internacionais, abrem a porta a que a reflexão que não fizeram, por falta de curiosidade ou conhecimento, ou até mesmo ignorância, seja realizada em sede própria, ou seja, na presente investigação.

Imagem de Backstage da ModaLisboa Kiss. Foto: Pedro Ferreira (2016).Imagem de Bastidores da ModaLisboa The Timers . Foto: Tomás Monteiro (2015).

Num país que vivia uma vida maioritariamente rural, que desde 1933, viva sobre a alçada do Estado Novo, e sob a influência do seu posterior ditador — António de Oliveira Salazar, desde 1928 — que valores com a modéstia, o espírito intensamente trabalhador, o acentuado fervor religioso, e o contentamento com a pobreza eram fortemente celebrados pelo Estado paternalista, castrador e machista.

Tudo factores antagónicos a que a Moda como disciplina fosse praticada em Portugal, uma vez que as ideias eram importadas. Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, também a trajectória da moda portuguesa sofreu uma revolução, iniciando-se um curso totalmente novo. As casas de Alta-Costura, como se denominavam e se auto-denominavam então, de modistas experientes que importavam os seus moldes e ideias, maioritariamente de Paris, acabariam por fechar no seguimento de dito acontecimento histórico.

Uma vez extinguidos os processos produtivos alicerçados à importação dos toiles de Alta-Costura parisiense, os ateliers nacionais que não fecharam, viriam a adoptar o sistema de pronto a vestir. Assim, ainda que, a Moda em Portugal não tenha tanta tradição histórica como as aclamadas fashion four, as apelidadas capitais da Moda — Paris, Londres, Milão e Nova Iorque, é uma falácia afirmar-se que uma das mais expressivas indústrias criativas portuguesas não tem futuro.

Eduarda Abbondanza e Mary Quant na ModaLisboa Hi - Light. Fonte : Arquivo ModaLisboa (2004). Calendário do segundo dia da ModaLisboa For Good (2024).

Sendo que devemos recordar as palavras de Mary Quant , aquando da sua presença na 23ª da ModaLisboa, em 2004, quando lhe fora pedido que “proferisse uma frase para o futuro da Moda Portuguesa”, ao que o incontornável ícone de Moda, designer emblemática do espirito do Swinging London respondeu: “Precisamos de vocês e das vossas ideias! Continuem!”

Como sabemos o impacto e o verdadeiro valor das ideias reside na sua materialização e apresentação, estando aqui a ser debatido uma infraestrutura de apresentação - a Lisboa Fashion Week.

Atendendo ao facto de, como já fora referido, a Lisboa Fashion Week ser o projecto de maior envergadura da Associação ModaLisboa, projecto em si. Auxiliemo-nos dos estudos de Stark (2018) para melhor compreender o valor do desfile. A professora da Regent´s University encara o desfile como sendo uma ferramenta poderosa de promoção das marcas/designers, com vista a despertar prazer, interesse e entusiasmo que se traduzirá (possivelmente) em compra.

A tradução em venda depende do próprio designer no que se refere ao trabalho de RP feito à posteriori do desfile. Stark (2018) refere que é uma tarefa bastante árdua e de difícil coordenação a de a fazer Relações Públicas durante o próprio desfile. No caso da ModaLisboa, a organização coloca à disposição dos criadores, profissionais especializados antes e durante os desfiles.

Já Jon Cope e Denis Maloney (2020, p.99) são peremptórios na influência que uma Semana de Moda exerce na reputação de um designer:

“Ser incluído no calendário oficial de uma semana de moda envia a seguinte mensagem: que a marca é uma marca na qual investir e acreditar.”

A  continuação desta citação clarifica a importância da ModaLisboa no apoio aos designers independentes, assim como o que a distingue das suas homólogas.

Não pede aos designers que integram o seu calendário, uma quantia monetária exorbitante como requisito de pertença, dando portanto destaque e igualdade de oportunidades às novas marcas. Também percebemos que ainda que cada vez mais cara, a capital portuguesa, continua a ser mais acessível a actividades criativas, do que muitas outras capitais europeias.

Como comprova o livro “Fashion as Creative Economy – Micro- Enterprises in London, Berlin and Milan” (Angela McRobbie & Daniel Strutt & Carolina Bandinelli, 2022). Estes autores abordam um tópico muito pertinente, que quase nunca é falado na industria da Moda e questionam as instituições até aqui quase sagradas.

Londres não é o paraíso dos designers de Moda independentes.

Não o poderá ser quando a dívida que acarreta estudar na Central Saint Martins ou na London College of Fashion nunca rondaria menos de 50 mil euros. É a partir daí que se levanta a grande questão de como se começa uma marca de Moda de autor, com uma divida estudantil tão alta. Ainda que, se pudesse ser independente de grandes grupos económicos, não se seria independente do tempo. Do tempo que é necessário esperar para que uma Pequena Média Empresa (PME) dê lucro, capaz de cobrir o investimento inicial mais a divida estudantil dos designers.

Detalhe de imagem de ambiente da preparação da ModaLisboa Check Point. Foto: Vasco Neves (2010). Imagem de ambientes da ModaLisboa Vision. Foto: Luís Mileu (2014)

Tendo em conta a economia global e, a necessidade de acrescer ao custo das propinas, as despesas de habitação e subsistência. Não serão muitos os estudantes cuja família poderá pagar o descrito, sem recorrer a crédito.

Assim sendo e, por conseguinte, poucos serão aqueles que terão possibilidade, para além do descrito, de financiar os seus filhos no estabelecimento de uma marca independente. E a utilização de uma palavra que deriva do verbo estabelecer não foi em vão, vai para lá de criar, acarreta o tempo de espera que levará a um eventual sucesso, ainda que este seja um termo bastante subjectivo.

Apesar de Londres não ser o paraíso total para os designers independentes como afirmam os já mencionados autores, há algo que torna Londres extremamente apelativo para s jovens criadores de Moda - a possibilidade de conciliação entre a estabilidade de um emprego na sua área e a incubação de uma marca autoral. 

Ou seja, um designer pode estar empregado numa marca de renome, como foi o caso de alguns jovens portugueses na Alexander McQueen, onde podem ganhar competências novas e desenvolver a sua rede de network, para além da estabilidade que um salário oferece.

Podendo ensaiar as suas marcas próprias em tempo parcial. Conjectura que poderá continuar durante anos, ou que poderá desencadear duas situações distintas.

A marca que estava a ser desenvolvida como projecto pessoal em incubação, cresce e é bem sucedida e o designer opta por se despedir e dedicar-se em exclusivo à marca que criou. Ou a dita marca releva ser uma mera experiência laboratorial e termina, havendo sempre a segurança, ainda que relativa de um emprego.

Em Portugal, não existem muitas infra-estruturas que permitam uma vasta empregabilidade na área da Moda, pelo há uma grande necessidade da criação de micro empresas e do próprio emprego. Algo que no nosso país não é exclusivo da indústria da Moda.

Hoje em dia no coração da Indústria da Moda estão as marcas de Luxo, que vão muito para lá Moda — englobam todo um lifestyle.

Aquilo que era o espectro da Moda está cada vez mais reduzido se num extremo temos o fast-fashion como uma produção completamente insustentável e preços completamente injustos e exploração de mão de obra, como um novo tipo de escravatura humana.

Joana Duarte. Fonte: modalisboa.pt Constança Entrudo. Fonte: modalisboa.pt

Fazendo menção a casos concretos e que fazem parte da história da ModaLisboa é possível analisar-se três exemplos diferentes neste contexto: Constança Entrudo , Joana Duarte e António Castro. Constança Entrudo trabalhou na marca de luxo Balmain em Paris, testando a sua marca homónima nos tempos livres, com o crescimento da mesma deixou Paris e sediou-se em Lisboa.

Joana Duarte formou-se em Lisboa, optou depois de concluída a formação dar origem ao seu próprio emprego e a uma missão de perpetuação das tradições portugueses aliadas ao design de Moda e, criou a Béhen.

António Castro ensaiou a sua marca própria e homónima, apresentando o seu trabalho na plataforma Workstation da ModaLisboa, não obstante optou por se dedicar às suas funções na equipa de John Galliano, na Martin Margiela.

Do outro lado temos as marcas de luxo, que ainda aparentem ser o total oposto do Fast Fashion talvez não o sejam no seu todo.

Porque se por um lado não produzem tantas peças de vestuário e acessórios, por outro produzem licenças de perfumes, cosmética e maquilhagem de forma quase desenfreada, pois estes produtos funcionam como souvenirs dos grandiosos desfiles das sonantes marcas, permitindo através de tais produtos, adquirir um pouco do sonho.

Toda a equipa que participou na ModaLisboa à la Carte. Fonte: Instagram @lisboafashionweek (2023). Manuela Oliveira e António Custódio nos bastidores da ModaLisboa Curioser (2015).

Aquando da menção às Fast Talks da edição Core estabelecemos um comparativo entre os designers mais jovens, mas com um percurso sólido e os designers que se poderão designar como “conceituados”, no que concerne directa e indirectamente à edição à La Carte, para lá das já mencionadas fast talks, faremos um paralelismo ligeiramente diferente, entre um dos designers que fez parte do calendário da primeira edição da ModaLisboa; e designers que iniciaram a sua carreira e integraram o calendário na última década.

Faça-se um cruzamento de uma reportagem, que poderá considerar-se, em certa medida, etnográfica publicada no website do jornal Público, intitulada “Como são os últimos preparativos da ModaLisboa?

Uma tarde com a equipa a “apagar fogos”, onde nos é dado a conhecer algumas membros da equipa não residente e respectivas funções. Assim como, a mudança de rotinas e tarefas dos profissionais já mencionadas e fazem parte da equipa durante todo o ano.

Tiago de Sousa, coordenador de patrocínios, assegura o conforto dos representantes dos mesmos durante o evento, que ocupam os lugares que lhes são destinados na sala de desfiles. Sendo a direcção comercial e a pasta dos patrocínios de forma assegurar o orçamento que possibilita o evento, responsabilidade de Célia Félix.

O patrocínio de privados para esta edição foi de 449 624 euros, com a contribuição de 350 000 euros da Câmara Municipal o orçamento ascende aos 799 624 euros, que para um evento de tal envergadura deve ter uma gestão meticulosa, a Associação ModaLisboa conta por isso com um director financeiro — Pedro Carvalho, que conta ainda com a ajuda de Sofia Barreto.

Mas regresse-se ao “apagar de fogos” a que a repórter Inês Duarte Freitas assistiu, onde está envolvida toda equipa do Gabinete de Imprensa e Comunicação: a directora de Comunicação Manuela Oliveira, a qual é o elo entre a imprensa e os designers, António Custódio que, em vésperas do evento intensifica as suas responsabilidades na gestão de redes sociais e criação conteúdos para as mesmas, já Irina Chitas encarrega-se da logística dos comunicados de imprensa. Fátima Barros, secretária da direção há mais de 26 anos.

Parte da dissertação de Mestrado em Design de Moda "O papel da Associação ModaLisboa no Sistema de Moda Português" de Vera Lúcia Mendes, Março de 2024.

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